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Saúde mental vira estratégia de negócio e ganha espaço nas empresas

Sesi-SP e Fiesp promovem debate com especialistas sobre o tema

Sesi-SP e Fiesp promovem debate com especialistas sobre o tema

 Por: Lúcia Rodrigues
11/09/202517:53- atualizado às 10:23 em 26/09/2025

Empresas que incorporam a saúde mental em suas estratégias de responsabilidade social não apenas fortalecem sua imagem institucional, mas também colhem ganhos diretos de produtividade e lucratividade ao promover ambientes de trabalho mais saudáveis, engajados e sustentáveis.

Segundo Jeferson Sakai, gerente de Saúde e Segurança na Indústria do Sesi-SP, falar sobre saúde mental já não é tabu no Brasil nem no mundo. A afirmação é confirmada por dados do Ministério da Previdência Social: entre 2023 e 2024, os afastamentos por transtornos mentais cresceram 68%, alcançando mais de 472 mil casos em 2024 — o maior número em dez anos. Em comparação com 2020, o aumento ultrapassa 400%. Entre as causas estão estresse e luto pós-pandemia, insegurança financeira e o aumento do custo de vida.

 


Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp

 

Para discutir o tema, o Sesi-SP e o Departamento do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia (deCOMSAUDE) da Fiesp e do Ciesp realizaram, nesta quinta-feira (11/9), a Live Indústria em Foco, que contou com a participação on-line de mais de 2 mil pessoas. 

Sakai destacou ainda que, em 2025, a questão ganhou nova relevância com a entrada em vigor da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1), que exige que as empresas controlem riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A NR1 é a norma-base de segurança e saúde no trabalho no Brasil e determina que os riscos ocupacionais sejam monitorados pelo Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), abrangendo também fatores como estresse, ansiedade e depressão.

 

 

Burnout: doença ocupacional 

Outro desafio atual, segundo especialistas, é o burnout, reconhecido como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e em vigor no Brasil desde 2025.

Segundo Marcos Mendanha, médico especialista em medicina do trabalho, o burnout é consequência de um estresse crônico ligado ao ambiente profissional. “É preciso lembrar gestores e empregadores de que a promoção da saúde mental no trabalho aumenta a motivação dos colaboradores, reduz o absenteísmo e melhora a produtividade geral”, ressaltou.

 


Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp

 

Mendanha também destacou a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reforçando hábitos como prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada e sono de qualidade como fatores essenciais para manter a mente saudável.

Felipe Sekiya, médico de Promoção da Saúde do Sesi-SP, observou que a medicina do trabalho, hoje, busca uma abordagem transdisciplinar, que considera não apenas a doença, mas todo o contexto em que o trabalhador está inserido. “A área passou de um foco restrito às doenças causadas por agentes nocivos para uma visão mais ampla de saúde ocupacional”.


 
 

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