Serguei Eisenstein atravessa a cena cultural brasileira desde a década de 1920. Seja na imprensa, no teatro de Oswald de Andrade, na poesia de Vinícius de Morais ou entre representantes de diferentes gerações de cineastas, seus filmes, escritos e desenhos têm sido apropriados por artistas e intelectuais que estabelecem diálogos com sua obra. Para além de analisar exemplos dessa prática, porém, podemos também inverter a indagação: como será que o Brasil aparece na obra de Eisenstein? Segundo o próprio cineasta, as digresões que marcam sua escrita não raro se voltam à sua experiência mexicana, mas “não chegam a alcançar o Brasil”. Apesar disso, há pelo menos uma referência relevante ao país em um de seus mais importantes pronunciamentos teóricos: sua fala na Conferência Criativa dos Trabalhadores do Cinema Soviético, em janeiro de 1935. Iremos comentar este e outros casos de entrecruzamentos – reais ou imaginários – entre Eisenstein, o Brasil e figuras brasileiras que se debruçaram sobre seu trabalho.
Sobre a mostra de filmes e circuito de palestras:
“O cinema de Serguei Eisenstein & Serguei Eisenstein e o cinema”
Apresentando pela primeira vez na América Latina a obra gráfica e visual de um dos mais revolucionários nomes do século XX, a exposição Serguei Eisenstein e o mundo não poderia se privar de oferecer ao público brasileiro um diálogo entre os desenhos de Serguei Eisenstein e a sua filmografia. A mostra de filmes O cinema de Serguei Eisenstein & Serguei Eisenstein, composta por 26 filmes, apresenta a obra cinematográfica de Serguei Eisenstein, assim como alguns filmes que influenciaram o artista e outros, influenciados pela estética eisensteiniana.
Um ciclo de palestras e mesas redondas com a presença de cineastas, pesquisadores, professores, tradutores e críticos musicais acompanhará a programação de filmes, evocando diversos aspectos da obra de Serguei Eisenstein: da importância do teatro no universo do artista ao diálogo construído com o compositor Serguei Prokofiev nos seus últimos filmes, dos entrecruzamentos entre Eisenstein e o Brasil às apropriações de Eisenstein por Glauber Rocha.
Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova
Curadores
Apoio: Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Embaixada da França no Brasil e Consulado Geral da França em São Paulo.
Produção: Ars et Vita | Realização: SESI-SP
Veja aqui o programa da exposição, mostra de filmes e ciclo de palestras
