Códice é nome que se dá ao livro composto por um miolo, feito por cadernos de folhas dobradas, e capas que o envolvem e o protegem. Criado pelos romanos no primeiro século depois de cristo, o códice levou alguns séculos para se tornar o suporte preferencial em substituição ao rolo na publicação de textos – primeiro, escritos manualmente e, a partir do século xiv, impressos. Foram sobretudo os cristãos que o consagraram como o objeto para a disseminação de suas ideias.
A história do códice coincide com a história da colonização do mundo pelos europeus. Coincide com a história de destruição dos modos de vida de milhares de povos e da exploração insaciável dos recursos naturais dessas populações para o enriquecimento de famílias europeias. Coincide com genocídios e o início dos problemas ambientais que a humanidade enfrenta contemporaneamente. em síntese, ao lado de canhões e vírus, o códice fez parte do arsenal utilizado pelos europeus na dominação colonial.
Os trabalhos de Marco Gonçalves apresentados na exposição Códice dos Silêncios partem desse dado histórico. Utilizando enciclopédias, o artista retira o códice de seu lugar convencional, ignora sua sacralidade, sela suas páginas, apaga seus textos e o converte em um suporte para metáforas que aludem à violência colonial.
Artista : Marco Gonçaves
Graduado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero de São Paulo, Marco Gonçalves trabalhou por dez anos em instituições dedicadas à defesa dos povos indígenas e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. Em 2011, se formou em Fotografia pelo Espaço f/508 de Fotografia, de Brasília, iniciando um processo de transição profissional para as artes visuais.
Posteriormente, cursou pós-graduação em Fotografia Contemporânea, no SENAC São Paulo (2016-2017) e em História da Arte - Teoria e Crítica, na Belas Artes de São Paulo (2019-2020), aprovado em ambas com nota máxima. Nesse mesmo período, integrou grupos de estudos em São Paulo, com a artista Laura Belém e o curador Rafael Vogt Maia (Espaço Breu), e com a artista Fabiola Notari e o curador Marcello Salles (Casa Contemporânea).
Desde 2012, participou de exposições coletivas em Brasília, São Paulo, Piracicaba, Sorocaba e Itu. Atualmente, sua produção artística transita entre a fotografia e os conceitualismos; temáticas associadas às distopias contemporâneas são recorrentes em seus trabalhos. É criador e coordenador de atividades de Matiz Ateliê Visual, espaço dedicado às artes visuais criado em Sorocaba em 2018 e transferido para Itu, em 2021, onde funciona também seu ateliê.
NÃO É NECESSARIO RESERVA INGRESSO
Mediadora Cultural: Thaís Dantas
Exposição na modalidade cessão de espaço - não oneroso.
Apoio a artistas locais
Para visita em grupo com Mediação agendamentos por e-mail thais.dantas@sesisp.org.br