Essa apresentação agrega a excelência da obra de Egberto Gismonti e a maestria virtuosística de Daniel Murray para novas gerações de apreciadores e para o público em geral, além da oportunidade de reconhecer, nessa obra, elementos fundamentais da nossa brasilidade.
Utilizando o violão tradicional de 6 cordas, em diferentes afinações, e o violão de 11 cordas, Murray mergulha nas complexas melodias, harmonias e polirritmias propostas por Egberto, um pianista virtuoso, traduzindo e recriando para o violão, suas composições numa visão pessoal que vai além da transcrição fiel ou “arranjo" e que engloba as principais referências do trabalho de Gismonti, como Heitor Villa-Lobos, Antônio Carlos Jobim, Radamés Gnatalli, Baden Powell, ao lado de Leo Brouwer, Igor Stravinsky, Carlo Gesualdo e Claude Debussy.
Desde 2015, Egberto e Daniel trabalham juntos neste repertório, que foi lançado em disco em 2019 (importante parceria entre o selo brasileiro criado por Egberto, CARMO, e a legendária gravadora alemã ECM). Egberto Gismonti assina a produção musical do CD. Um dos maiores diferenciais desse projeto é a forma como Daniel Murray, sozinho com seu instrumento, preencheu com sensibilidade e maestria, todas as ricas sonoridades que a obra de Gismonti propõe.
Daniel Murray
Violões 6 cordas (Sérgio Abreu e José Ramirez)
Violão 11 cordas (Tessarin)
Carioca radicado em São Paulo, Daniel Murray é bacharel em violão pela Faculdade Santa Marcelina e Mestre em Música pela UNICAMP (SP/2013). Começou a estudar violão clássico aos seis anos e, aos 15, foi premiado no Concours International de Guitare de Trédrèz-Locquémeau (Bretanha-França/1997). Tem realizado recitais na Inglaterra, Espanha, Itália, França, Grécia e Dinamarca. Atuou como solista na tradicional casa de shows Porgy and Bess, em Viena (Áustria), sendo o único brasileiro selecionado para integrar a programação da Classical NEXT, destacada plataforma internacional de música erudita. Em 2014, tocou no MIDEM Festival (Cannes/França).
Além da carreira-solo, que tem álbuns como ...universos sonoros para violão e tape... (2008), Tom Jobim para Violão-Solo (2010), Daniel Murray plays Marco Pereira (2021), tem projetos paralelos como o Duo Saraiva-Murray, com Chico Saraiva, o Núcleo Hespérides - Música das Américas e o Paulo Bellinati Trio. Em 2015, sua composição Canção e Dança lhe rendeu o 1º lugar no Concurso Novas III (RJ). Em 2016 foi indicado ao prêmio da Revista Concerto (SP) na categoria Jovem Talento; além de receber a Medalha de Prata no Global Music Awards (EUA) pelo álbum Brazilian Landscapes gravado ao lado de Michala Petri (flauta) e Marilyn Mazur (percussão). Em 2018 recebeu o prêmio de destaque no Festival de Música Contemporânea Brasileira/FMCB (Campinas/ SP) por sua performance em homenagem a Egberto Gismonti. E novamente ganhou a Medalha de Prata no Global Music Awards (EUA/2021), desta vez nas categorias compositor e intérprete, pelo álbum Sombranágua, gravado ao lado do Septeto Autoral.