A Mostra é um espaço necessário de valorização das narrativas negras e de fortalecimento dos diálogos sobre diversidade e inclusão
Por: Sesi-SP
03/11/202514:54- atualizado às 14:52 em 05/11/2025
O Sesi-SP e o Centro Cultural Fiesp apresentam, entre os dias 27 de novembro e 14 de dezembro, a 21ª edição da Mostra Internacional do Cinema Negro — MICINE, com exibições que reafirmam o compromisso com a promoção de filmes, debates e produções acadêmicas voltados para o combate ao racismo e ao preconceito, além de fortalecer o diálogo sobre representatividade e inclusão nas artes e na sociedade.
Com o tema “Cinema negro e a contemporaneidade inclusiva”, a mostra propõe uma reflexão sobre o papel do cinema como ferramenta de transformação social e de reconhecimento da trajetória e da dignidade da população negra, frequentemente negadas por narrativas colonizadoras ao longo da história.
A MICINE busca resgatar e valorizar a ancestralidade afro-brasileira, promovendo uma leitura crítica sobre o passado e apontando caminhos para uma sociedade verdadeiramente democrática e plural.
Ferro em brasa
Moçambique, 2005, exibição digital, colorido.
12 – Não recomendado para menores de 12 anos
A história de Ricardo Rangel, grande fotógrafo moçambicano.
Documentário, 50 min
Direção: Licinio Azevedo
Descritores de conteúdo: Drogas lícitas, Nudez
Lima Barreto, ao Terceiro Dia
Brasil, 2022, exibição digital, colorido.
14 – Não recomendado para menores de 14 anos
Aos 41 anos de idade, nos três dias da sua última internação em um manicômio, o escritor Lima Barreto, que sofreu com depressão e alcoolismo, relembra sua vida como jovem autor enquanto escrevia "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e fantasia sobre os personagens que criou. Misturando o tempo passado com presente e realidade com fantasia, questões sociopolíticas são trazidas a tona e os questionamentos feitos por Lima se mostram ainda bastante atuais.
Drama, 104 min
Direção: Luiz Antonio Pillar
Descritores de conteúdo: Drogas ilícitas, Temas Sensíveis, Violência
Pegadas na floresta
Brasil, 2024, exibição digital, colorido.
14 – Não recomendado para menores de 14 anos
Enfrentar os desafios da vida na cidade sem perder suas raízes é o que motiva Ana, Mirim e Gaia, três artistas indígenas que transformam a arte ancestral em ferramenta contra o apagamento.
Documentário, 64 min
Direção: Vladimir Seixas
Descritores de conteúdo: Linguagem Imprópria
Ninguém vai me dizer o que sentir
Brasil, 2025, exibição digital, colorido.
16 – Não recomendado para menores de 16 anos
Ninguém Vai Me Dizer o Que Sentir" é um documentário que se destaca pela sua abordagem íntima e potente. Ao acompanhar Flora e Fernanda, o público é confrontado com as realidades de mulheres que desafiam estereótipos e lutam por seus direitos. O filme explora suas jornadas de autodescoberta, suas relações com a fé e suas visões sobre o cenário político atual, revelando a força e a resiliência de suas identidades.
Documentário, 20 min
Direção: Everton Rodrigues
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Transo
Brasil, 2023, exibição digital, colorido.
14 – Não recomendado para menores de 14 anos
Transo parte de uma afirmação: pessoas com deficiência sentem prazer, falam sobre sexo e querem transar. O documentário retrata e afirma a vida sexual da pessoa com deficiência. Nua e crua – sem pudores.
Documentário, 70 min
Direção: Lucca Messer
Descritores de conteúdo: Conteúdo sexual
O trem do soul
Brasil, 2021, exibição digital, colorido.
10 – Não recomendado para menores de 10 anos
Trem do Soul segue a linha do tempo traçando uma cartografia memorial e afetiva de um movimento jovem, preto e periférico que mexeu com corações, corpos, mentes e até com as fardas na década de 1970 na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Documentário, 82 min
Direção: Clementino Júnior
Descritores de conteúdo: Linguagem imprópria
1798 Revolta dos búzios
Brasil, 2018, exibição digital, colorido.
12 – Não recomendado para menores de 12 anos
A Revolta dos Búzios, um dos marcos cruciais da história brasileira, desenrolou-se na Bahia em 1798, deixando um legado duradouro de resistência e luta por liberdade. Inspirados pelos ideais iluministas da Revolução Francesa, centenas de homens negros se uniram em um movimento audacioso para derrubar o governo colonial, proclamar a independência e estabelecer uma República democrática, livre da opressão da escravidão. No entanto, antes que o levante pudesse ser efetivado, foi denunciado e seguido por uma Devassa implacável que convulsionou a cena política por 15 meses. Os conspiradores enfrentaram prisões, degredos perpétuos, açoites públicos e até mesmo a pena de morte. Quatro homens negros, sendo eles, Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, foram enforcados e esquartejados na Praça da Piedade, em Salvador, em 8 de novembro de 1799. 1798 - Revolta dos Búzios, dirigido pelo cineasta baiano Antônio Olavo, traz à luz esse episódio frequentemente esquecido da história do Brasil, baseando-se nos detalhados Autos da Devassa, um testemunho vívido dos acontecimentos tumultuosos da época.
Documentário, 70 min
Direção: Antônio Olavo
Descritores de conteúdo: Violência
A Novidade do Século: A História do Cinema em Mococa
Brasil, 2024, exibição digital, colorido.
L – Livre
Uma trama afetivo-poe´tica para relembrar e honrar a força que tem a Arte de transformar lugares, pessoas e coisas ao longo do espac¸o-tempo. Uma jornada que conecta o Cinema, memórias e histórias de personagens na cidade de Mococa, as salas de exibição de filmes e o trem como meio de transporte que trazia e levava de tudo. Um resgate do legado so´cio-cultural que mudou a história da cidade e pode ser sentido ate´ hoje.
Documentário, 45 min
Direção: Luís Carlos Pavan
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Cabo Verde um sonho possível
Cabo Verde, 2025, exibição digital, colorido.
L – Livre
Em meio à geografia árida e desafiadora do arquipélago inspirado nas lições libertárias de Amílcar cabo-verdiano, o povo construiu, com altivez e autonomia, um Cabral e na força telúrica do canto de Cesária Évora. Este caminho de resiliência documentário revela como a cultura se tornou o alicerce de uma identidade coletiva e sonhadora, onde a morna embala a dança possível da vida e da educação. Através de uma abordagem cultural, o filme explora como a educação pode ser uma via para a construção de uma epistemologia enraizada na africanidade das ilhas.
Documentário, 30 min
Direção: Celso Luiz Prudente
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Pirinha
Cabo Verde, 2023, exibição digital, colorido.
L – Livre
Pirinha é a jornada de uma jovem pelos recessos do seu subconsciente em busca de si mesma e de reconciliação com o seu passado. Em sua jornada, ela encontra as chamadas criaturas "malvadas" do folclore cabo-verdiano, que tanto temia quando criança, apenas para descobrir que o "verdadeiro mal" tem suas raízes em outra pessoa. Esses encontros, no entanto, são adoçados por memórias da fase mais bela de sua vida: o tempo passado com sua avó, uma mulher à frente de seu tempo que possuía um conhecimento peculiar da medicina tradicional e tratava sua neta com ela sempre que necessário. Como resultado, Pirinha é também uma história de cura impregnada nos rituais culturais de Cabo Verde. É uma jornada única, mas infelizmente tão familiar para muitas mulheres, mas que traz a esperança de que feridas podem ser curadas, mostrando que às vezes até supostos demônios podem trazer pirinhas (doces tradicionais cabo-verdianos).
Ficção, 52 min
Direção: Natasha Craveiro
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Yuri
Brasil, 2025, exibição digital, colorido.
L – Livre
Em uma sociedade desigual como a brasileira, a gravidez na adolescência em cidades do interior é acentuada pelo preconceito racial e de classe, desafio social enfrentado por uma jovem mãe que insiste em terminar seus estudos e dar um futuro ao seu bebê, Yuri.
Documentário, 10 min
Direção: Éder Santos e Leandro Monte
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Bença vó!
Brasil, 2025, exibição digital, colorido.
L – Livre
O projeto “Benzedura: Raízes y Identidades” nasceu “Bença, vó!” Um Filme-documentário, uma “femenagem” (como diria Daphny Ginetta) às nossas mais velhas — encantadas, benzedeiras, rezadeiras, meninas e mulheres que dão continuidade aos saberes. Resultado de um processo de mapeamento e descoberta das benzedeiras de Guarulhos, o filme celebra a memória viva dessas práticas ancestrais. É também uma lembrança especial à Maria Severina, avó materna de Elizabeth Regina, inspiração primeira desta trajetória de afeto, saber e preservação de memória. O filme celebra as práticas das Benzedeiras de Guarulhos, reunindo a força e a diversidade de seis mulheres de caminhos distinto
Documentário, 30 min
Direção: Elizabeth Regina
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Ângela
Portugal, 2024, exibição digital, colorido.
L – Livre
Ângela cozinha comida da sua terra natal para vender na rua. Leva-nos pelos caminhos do seu bairro até ao interior de casa. Os breves momentos de descanso que passa com a família, de quem cuida. Deita-se. Recomeça tudo no novo dia.
Documentário, 19 min
Direção: Maria de Sá
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Réquiem para Moïse
Brasil, 2025, exibição digital, colorido.
14 – Não recomendado para menores de 14 anos
A história do menino imigrante que encontra no Brasil sua esperança de futuro e acaba assassinato a golpes de beisebol em frente a uma famosa praia de um dos bairros mais caros da América Latina. O caso escancarou o racismo e a humilhação experimentados pelos refugiados de origem africana no Brasil.
Documentário, 18 min
Direção: Caio Barretto Briso e Susanna Lira
Descritores de conteúdo: Violência
Maria Luiza do Quilombo Boca da Mata: Luta e Resistência Negra no Pará.
Brasil, 2025, exibição digital, colorido.
L – Livre
Maria Luiza de Carvalho Nunes veio ao mundo no que considera o centro de produção cultural, o quilombo Boca da Mata, na Ilha do Marajó, Pará. Oitava filha, defensora corajosa dos irmãos contra o racismo, professora, mãe, avó, uma das grandes lideranças negras brasileiras da atualidade. Se declara uma mulher amazônica, afro-indígena, cujo pai era negro e a mãe pertence ao povo indígena Arari. O documentário aborda sua origem no quilombo e militância no CEDENPA (Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará), a luta pelos direitos do povo negro e contra todas as formas de racismo e discriminação. Atualmente está engajada na defesa dos quilombolas do Pará contra o impacto da monocultura do arroz, que afeta diretamente suas práticas tradicionais, suas águas, sua saúde e ameaça seus territórios e modos de vida.
Documentário, 43 min
Direção: Hilton Pena da Silva
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Vinícius
Brasil, 2005, exibição digital, colorido.
12 – Não recomendado para menores de 12 anos
A realização de um pocket show em homenagem a Vinicius de Moraes por dois atores é o início da reconstrução da carreira do cantor e compositor. Nascido em 1913 no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes testemunhou e foi personagem de uma série de transformações na cidade, tendo criado para si um dos percursos mais relevantes da cultura brasileira no século XX.
Documentário, 124 min
Direção: Miguel Faria Jr
Descritores de conteúdo: Drogas lícitas
Que horas ela volta?
Brasil, 2015, exibição digital, colorido.
12 – Não recomendado para menores de 12 anos
Val deixa a filha no interior de Pernambuco e passa os 13 anos seguintes trabalhando como babá do menino Fabinho em São Paulo. Val conseguiu estabilidade financeira, mas convive com a culpa por não ter criado sua filha, Jéssica. Às vésperas do vestibular de Fabinho, Jéssica decide ir para São Paulo e prestar vestibular também. Val recebe o apoio de seus patrões para receber a garota, mas a convivência com Jéssica na casa é difícil. Dividida, Val precisa achar um novo modo de seguir sua vida.
Drama, 112 min
Direção: Anna Muylaert
Descritores de conteúdo: Drogas ilícitas
Outros Carnavais e Infantes da Piedade
Brasil, 2008, exibição digital, colorido.
L - Livre
O carnaval das escolas de samba vai além dos desfiles da Marquês de Sapucaí. Seus protagonistas são mais numerosos do que a transmissão televisiva da festa permite supor. Os domínios desta fascinante manifestação popular transcendem seu palco principal e ocupam outros espaços e tempos. Durante todo o ano, em diversos bairros do subúrbio carioca, a vida das escolas de samba é a vida de muitas pessoas. Outros Carnavais e Infantes da Piedade encontra Tia Annir, Algenir, Bira e outros personagens, que trazem um pouco de sua visão sobre nossa festa essencial.
Documentário, 52 min
Direção: Rafael Bacelar e Rodolfo Gomes
Descritores de conteúdo: Não há inadequações
Virgem Margarida
Moçambique, 2011, exibição digital, colorido.
16 – Não recomendado para menores de 16 anos
Moçambique, 1975. A guerra recém acabou. Os que lutaram pela independência encontram-se no poder e põe em prática os seus ideais revolucionários. As prostitutas de todo o país são enviadas para um centro de reeducação, em plena selva, um local desprovido de tudo, sob a guarda de mulheres militares, combatentes na guerra anti-colonial. Em meio a elas vai Margarida, uma camponesa adolescente, virgem, enviada para a reeducação por engano. Os métodos utilizados pelas militares, para transformar as prostitutas em “mulheres novas” as vezes são violentos, envolvendo castigos físicos. Há tentativas desesperadas de fugas, mortes...
O processo acabará por aproximar os dois grupos de mulheres. As militares se dão conta de que também estão ali contra a sua vontade, absurdamente isoladas de tudo, sujeitas as arbitraridades dos seus chefes. Revoltada, as militares optam pela libertação. O desfecho feliz, porém, chegará tarde demais para Margarida.
Ficção, 90 min
Direção: Licinio Azevedo
Descritores de conteúdo: Conteúdo sexual, Nudez, Violência
