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Reabilitação pós-Covid é importante mesmo para casos sem gravidade

Tratamento adequado e a tempo interfere diretamente na recuperação de dores, fadiga e falta de ar, além das alterações cognitivas, comuns na infecção pelo coronavírus, em diferentes complexidades

Tratamento adequado e a tempo interfere diretamente na recuperação de dores, fadiga e falta de ar, além das alterações cognitivas, comuns na infecção pelo coronavírus, em diferentes complexidades

 Por: Arlete Vasconcelos, Núcleo de Comunicação
27/08/202010:51- atualizado às 15:11 em 02/08/2022

Estudos recentes apontam que os sintomas causados pelo novo coronavírus podem levar muito tempo para desaparecer. A reabilitação multidisciplinar é recomendada pelos médicos como uma etapa importante para que a pessoa volte às suas atividades diárias, mesmo em casos menos graves.  

“É momento de procurar um tratamento especializado quando a pessoa percebe que já não exerce mais as funções do dia a dia com a mesma naturalidade, entre elas: subir e descer escadas, caminhar, vestir-se, realizar movimentos finos como cortar os alimentos e segurar objetos”, explica a Dra. Aline Rossetti Mirisola, médica fisiatra do SESI-SP.  

A necessidade da reabilitação após a recuperação deve acontecer mesmo para quem não precisou de longas internações (mais de 14 dias). Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) verificou entre 143 pacientes diagnosticados com o coronavírus, na Itália, que apenas 12,6% haviam necessitado de internação em UTI, mas 87,4% relataram persistência de pelo menos um sintoma, entre eles fadiga e falta de ar, mais de dois meses depois de terem alta.  

Mais de 400 mil pessoas estão recuperadas da Covid-19 no Estado de São Paulo, segundo dados do governo, de 9/8. É considerado recuperado não somente quem teve detectada a negativação viral, mas sim quem deixou de apresentar os sintomas iniciais depois de 10 a 20 dias, a depender da gravidade de cada caso.   

No entanto, semelhante a outras epidemias causadas por outros coronavírus como os da Sars e da Mers, as sequelas do Sars-CoV-2 (novo coronavírus) podem se estender por meses, ou anos em casos mais graves, conforme estudo publicado no European Respiratory Journal.  

Um quadro muito comum aos pacientes é a perda da massa muscular (sarcopenia) e, por consequência, uma perda de peso significativa (em média 10 kg), ocasionada por longas internações (mais de 14 dias), mas segundo Mirisola, que também observa-se mais acentuada no estado inflamatório pela Covid-19, mesmo que não tenha tido necessidade de intubação.   

E quanto mais fraca estiver a pessoa, menos ela estará disposta a se exercitar, sendo um ciclo, já que a própria diminuição da atividade física agrava a perda de massa muscular. Assim como, alguém que negligencia uma dor contínua, acaba por desenvolver um caso crônico da dor (que perdura por mais de três meses), com  reflexo direto em seu humor e qualidade nas relações, podendo até piorar os estados emocionais de estresse e depressão.  

“O quanto antes o paciente for atendido, maiores as suas chances de efetividade no tratamento e mais rápida poderá ser a sua volta à rotina de costume”, afirma Mirisola.  

“Não sinto mais as dores nas mãos, consigo andar sem sentir cansaço e estou organizando melhor os meus pensamentos. Sou professor de ETEC e as palavras fugiam”, conta Joabs Custódio de Souza, de 54 anos, primeiro paciente do Centro de Acolhimento Pós-Covid SESI-SP, que, durante quatro semanas, passou por sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia.  

Além do fator físico, a alteração cognitiva também faz parte do quadro do paciente pós-covid, como a dificuldade de raciocínio, concentração, organizar os pensamentos e conversar, a baixa retenção de informações e a perda de memória de fatos recentes.  

“É importante o autoconhecimento e atenção aos sinais do corpo. A ansiedade, síndrome de estresse pós-traumáticos e do pânico precisam de tratamento especializado e não devem ser deixados de lado”, recomenda a fisiatra.   

Segundo Mirisola, os sintomas e consequências da Covid-19 podem variar significativamente entre as pessoas, ainda estão em estudo os motivos, mas já apontam tanto para alterações do próprio vírus, como as características genéticas das pessoas.   

No Centro de Acolhimento Pós-Covid SESI-SP, a partir de um serviço médico integrado da Fisiatria, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, orientação nutricional e Psicologia, o objetivo é minimizar os impactos das sequelas da Covid-19 e ampliar os resultados da recuperação, para que o paciente retome a sua independência, melhore a sua força, reduza a fadiga, além de promover todo o suporte emocional necessário.  

Não existe um encaminhamento direto pelos hospitais, mas uma procura espontânea pelos pacientes que, passado o período de alta, percebem mais dificuldades conforme aumentam o nível de atividade. 

Com qualidade técnica de referência e valores por consulta mais acessíveis, os pacientes recebem tratamento de acordo com as suas queixas, ajustando as prioridades e as maiores consequências.

 

Dra. Aline Rossetti Mirisola 

Médica fisiatra do SESI-SP, responsável pela triagem e avaliação dos pacientes do Centro de Acolhimento Pós-Covid SESI-SP, o qual é uma das idealizadoras.   

 

Serviço: 

Centro de Acolhimento Pós-COVID SESI-SP 

Tel: 11 3834-3288 ou 3833-1085 

E-mail: reab.vilaleopoldina@sesisp.org.br  

Horário de atendimento: seg. a sex., das 8h às 17h. 

O ambiente é todo térreo, de fácil acesso. 

Estacionamento gratuito no local.  

 

Mais informações sobre o atendimento: https://leopoldina.sesisp.org.br/centro-de-acolhimento-pos-covid-sesi-sp 

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