Em cartaz a partir de 9 de dezembro, a mostra reúne obras que emergem das vivências de artistas com deficiência e afirmam o corpo como campo de invenção estética, política e sensorial
Por: Sesi-SP
26/11/202515:38- atualizado às 17:11 em 26/11/2025
A exposição “Demonstra: pela poética def” reúne obras de Lua Cavalcante, Nara Rosetto, Guto Oca, Daniel Moraes, Jeff Barbato e João Paulo Racy, propondo um encontro entre arte, corpo e (re)existência, e reafirmando a deficiência como campo de conhecimento e invenção. Em cartaz no Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista, a partir de 9 de dezembro, a mostra nasce do desejo de construir um território coletivo, no qual artistas, educadores e pesquisadores com deficiência criam a partir de suas próprias vivências, deslocando o olhar do público sobre o que se entende por corpo, normalidade e estética.
Com curadoria de Daniel Moraes, fundador da Demonstra, em colaboração com a pesquisadora Júlia Ayerbe, e assistência de curadoria de Maira Freitas, a mostra articula diferentes linguagens — como desenho, fotografia, objetos instalativos, videoperformance e publicações — em torno da ideia de acessibilidade estética, e propõe uma constelação de corpos e poéticas def que questionam modelos hegemônicos de representação e pertencimento. Para além da inclusão, a Demonstra reivindica memória, permanência e potência criativa no espaço das artes visuais contemporâneas.
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A gerente executiva de Cultura do Sesi-SP, Débora Viana, destaca a importância de a instituição promover o acesso à cultura com projetos como esse: “No Sesi-SP, acreditamos na potência da arte como ferramenta de transformação e de escuta ativa. Com a exposição “Demonstra: pela poética def”, recebemos obras em diferentes formatos de seis artistas def. Para além de uma ação inclusiva, a exposição explora os potenciais do corpo def, oferece novos olhares para a arte e abre caminhos para transformações. Assim, reforçamos nosso compromisso de promover um espaço para refletir e pensar criticamente, de democratizar o acesso à cultura de qualidade e de promover experiências significativas para todos os públicos, sempre com entrada gratuita”.
Com a premissa de que diferenças e singularidades se transformam em matéria artística, simbólica e crítica, a exposição se organiza em três eixos curatoriais que atravessam as obras e experiências dos artistas. Derritório trata do cotidiano e do testemunho da deficiência como deslocamento do corpo. Monstra investiga dimensões espirituais e simbólicas do corpo não normativo, evocando ancestralidade e encantamento. E Manifestu reivindica o direito à fabulação e ao conhecimento de si como gesto estético e político.
“A Demonstra foi criada em 2021 como uma plataforma de investigação e difusão da produção artística de pessoas com deficiência. A ideia era promover acessibilidade estética, crítica e institucional. Desde então, ela vem sendo uma referência no mapeamento de práticas e poéticas que, como dizemos, tensionam os limites da normatividade nas artes visuais, que é o nosso campo. Além disso, a Demonstra também vem sendo uma maneira de articular redes de criação entre Brasil e Portugal”, destaca Daniel Moraes.
A abertura da “Demonstra: pela poética def” foi pensada em um momento oportuno, entre o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro) e o aniversário da Avenida Paulista (8 de dezembro). Essa sincronia transforma o Centro Cultural Fiesp em um palco importante, onde a mostra afirma a deficiência como campo de invenção e (re)existência estética.
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