18ª Mostra Internacional do Cinema Negro (MICINE)
Com criação e curadoria do professor Celso Luiz Prudente, o SESI-SP participa, pela primeira vez, da Mostra Internacional do Cinema Negro – MICINE, que chega a sua 18ª edição em 2022. Durante o encontro, idealizado com a perspectiva de ser um projeto acadêmico e cultural que reforce o respeito à diversidade e à inclusão, são realizadas diversas atividades que celebram principalmente o cinema negro. A programação de filmes contempla longas e curtas-metragens que serão exibidos no Centro Cultural Fiesp e uma série de palestras, paineis, mesas-redondas e homenagens.
Sessão de Curtas 2
Amazônia(s)
Dem Dem
Fallou
O Magrelo
Socorro
Tia Eliza
Amazônia(s)
Brasil, 2019, exibição digital, colorido
L – Livre
Amazônia(s) é um documentário produzido a partir das narrativas de renomados pesquisadores brasileiros durante o maior evento de pesquisa em pós-graduação em Geografia realizado na Universidade de São Paulo (USP). Tem como foco das análises a complexidade socioeconômica, ambiental e cultural da Amazônia (ou das Amazônias), com belas imagens da região do Baixo Rio Branco, no estado de Roraima.
Documentário, 16 min.
Direção: Éder Rodrigues
Dem Dem
Senegal, 2017, colorido, legendado em português
10 – Não recomendado para menores de 10 anos
Matar, pescador senegalês, encontra no mar o passaporte de um belga de origem africana. Ele decide usá-lo e se parecer com ele. Com o passar dos dias, a aparência do pescador muda. Ele se torna cada vez mais enigmático aos olhos de sua esposa Nafi.
Ficção, 25 min.
Direção: Pape Mboup
Fallou
Senegal, 2017, colorido, legendado em português
10 – Não recomendado para menores de 10 anos
Fallou é um jovem enviado do Senegal para Londres por um marabu ligado a um grupo de extremistas religiosos. Fallou descobrirá ao mesmo tempo a cidade e sua energia, a música e o povo de Londres.
Ficção, 25 min.
Direção: Alassane Sy
O Magrelo
Brasil, 2022, exibição digital, colorido
L – Livre
O Magrelo é uma animação ficcional que aborda o dilema do adolescente negro empobrecido, que a despeito de uma vida infantil rica em liberdade e amor dos avós frente à orfandade dos pais. Essa situação é muito comum para as crianças, adolescentes e jovens, não brancos que são furtados dessas importantes condições de etariedade. Como vítimas da tentativa do violento reducionismo que lhes empurra para o estigma de menor. Considerando que os status de criança, de adolescente e de jovem estão reservados restritamente aos eurodescendentes caucasianos. De tal sorte que as crianças e os jovens afrodescentes são objetos constantes da violência própria do negrocídio, que caracteriza a necropolítica brasileira onde os meninos negros tem sido vítimas de armas na máquina da letalidade, da ordem estabelecida. São momentos cujo único sonho que seria, por vocacionalidade natural, possível o de ser jogador é ceifado, no sangue que vai pintando com seu vermelho a lama das peladas de roxo, pelas balas dos fuzis da polícia. Assim morre o sonho do menino Magrelo, que faz morrer consigo o coração da consciência, fazendo morrer também o sonho de nação.
Animação, 5 min.
Direção: Celso Luiz Prudente
Socorro
Brasil, 2022, exibição digital, colorido
12 – Não recomendado para menores de 12 anos
O documentário Socorro acompanha a luta da líder comunitária Socorro do Burajuba, presidente da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia. Desde 2016 ela denuncia a contaminação dos rios na comunidade quilombola Burajuba, dentro do município de Barcarena, no Pará. A região é considerada como uma "zona de sacrifício" ambiental e social pela intensidade e violência da exploração mineral. Seu grito ecoa para representar as comunidades quilombolas imprensadas entre grandes empreendimentos de usinas nucleares, hidrelétricas e mineradoras nos quatro cantos do país.
Documentário, 17 min.
Direção: Susanna Lira
Tia Eliza
Brasil, 2018, exibição digital, colorido
10 – Não recomendado para menores de 10 anos
Tia Eliza é carioca radicada em São Paulo, moradora do bairro da Bela Vista, no centro da cidade. Em sua casa há uma capela particular dedicada a Santo Antônio de Categeró, de quem é devota há mais de 40 anos. O santo, de origem africana, foi escravizado no século XV e levado à Itália, onde se dedicou à vida religiosa. Serviu a ordem franciscana e mais tarde optou por viver como um eremita no deserto. A capela, que Tia Eliza cuida com muita dedicação, é ecumênica e louva outras cosmovisões religiosas para além do catolicismo como as de matriz afro-ameríndias. Muitas pessoas procuram Tia Eliza para receber os benzimentos que ela realiza gratuitamente há mais de 20 anos no local, sendo reconhecida internacionalmente como portadora de grande poder de cura e transformação na vida de quem a procura.
Documentário, 22 min.
Direção: Aline Fátima